quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Darkest - Conto 1: O desfecho de Arabella


 "Hello. I am your mind giving you someone to talk to... Hello "
 
 
 
A lua ainda não despontara do céu quando a primeira pessoa viu, ela saiu correndo e eu sabia exatamente para onde estava indo: o sino de alerta da igreja. Não demorou muito para que, o que eu achava ser toda a vila, aparecesse aqui na orla da floresta com esses pares de olhos assombrados. Crianças choram e escondem-se na saia das mães, suspiros horrorizados fogem das gargantas no lugar dos gritos de medo reprimidos, os homens apertam com mais força suas armas nas mãos. As autoridades chegaram logo, têm a intenção de averiguar e resolver tudo.
Espere... O que exatamente eu estou fazendo aqui? Não... Não me lembro de como cheguei neste lugar, só acordei e... Porque todos parecem tão chocados? Não consigo ver bem daqui de onde estou... Está meio distante, e me sinto um pouco tonta, tudo está meio escuro e faz frio agora. Mas vejo estampado nos rostos das pessoas que elas se perguntam como, o que quer que tenha acontecido ali, aconteceu.
Uma mulher... O corpo está completamente desfigurado. Os pés parecem ter sido queimados a brasa; e, se não estou enganada um rasgo lhe divide desde a garganta até a cintura, ela possui arranhões profundos nas costelas que lhe deixaram os ossos a mostra. Talvez ela tenha usado um vestido branco como o meu e o das outras moças da vila, mas agora tudo que eu consigo ver é o tom de vermelho coagulado. De perto, ela é bonita e até parece dormir, se não fosse por esse olho direito que ao eu suponho, foi arrancado sem piedade. Essa moça ela... me parece estranhamente familiar. O que eu estou fazendo aqui mesmo?
Agora o chefe de polícia se abaixou ao lado dela, como se ele realmente precisasse constatar que ela já não respira. Eles cochicham alguma coisa a respeito de ataque de lobos. Ora, vamos, todos sabem que os lobos não se aproximam da orla da floresta do condado, nunca sequer passaram dos vales do leste... O assistente achou algo, uma identificação no pingente do colar que ela usa e... Arabella Brestworth? O que querem dizer com Arabella Brestworth? Essa... Essa sou seu! Não, não pode ser. NÃO! Que tipo de prenda é essa? Ei, eu estou aqui, bem aqui do lado de vocês! Porque não me enxergam? Olhem para mim. OLHEM JÁ PARA MIM! Eu...eu não estou morta... Isso é tudo um pesadelo e eu logo irei acordar eu... Parem de tentar me consertar! Eu não estou quebrada, eu não morri! Isso... isso tudo só pode ser um truque cruel da minha cabeça eu...
Ai, como está frio aqui... As nuvens de chuva apareceram como na noite passada e... NÃO! Não pode ser! Como... como ele pôde? COMO ELE PÔDE? NÃÃÃO. Senhora, por favor, me escute. Diga que consegue me escutar eu... Eu fui morta. Eu fui morta na noite passada. Brutalmente, friamente morta. Ele me matou, ele que dizia me amar tirou a minha vida sem propósito algum. Ele me trouxe para cá e disse que fugiríamos para a Capital, que a vida na Corte era diferente. Ele... Ele é um assassino! Não! Como... Como ele pôde me matar desse jeito? De repente... Eu sei que não estou dormindo, mas ainda estou aqui. Olá? Senhor, pode me ouvir? ALGUÉM PODE ME OUVIR? Não foram lobos, senhor policial, foi ele... Jack! Por favor... Prendam Jack, olhem... Olhem o que ele fez comigo! Eu... Eu não deixarei isso barato. Eu... Eu vou atrás de Jack eu... Eu matarei Jack, exatamente como ele me matou, aos poucos. Não... Não fuja, Jack, não vai conseguir se esconder... Não de mim. Agora eu vejo tudo de outro plano, o plano que tu me forçaste a estar. Então... Então não se esconda, Jack... Eu serei a tua loucura e por minhas vias sucumbirás. Eu sou a tua mente te dando a quem falar, Jack... Eu sou quem vai te calar. Está.... Está tão frio aqui...
 
 
Sugestão para ouvir: Hello - Evanescence
 
 
 
Inspiração ficcional nas vítimas de Jack, O estripador.
Trilha sonora de inspiração: Hello - Evanescence
Darkest - série de contos de terror, mórbidos ou sádicos que podem ser inspirados em músicas e fatos.


sábado, 16 de fevereiro de 2013

Carta para o Futuro


" O presente é o tempo intermediário que nos foi dado para olhar para trás e pensar no que fazer lá na frente."
 
- Antigo Provérbio
 
 
          " Se tu estás lendo isso, é porque a minha carta realmente chegou ao destino esperado. Sabe... do lado de cá, eu sempre fiquei a imaginar como seria o futuro, esse lugar aí onde tu vives! Suponho que os carros já possam voar, que as pessos se teletransportam, que os computadores sejam super avançados (quer dizer... nesse mundo ainda existem computadores ou a tecnologia agora é outra?).
             É curioso, não é? É curioso como - em um piscar de olhos - o mundo se transforma, apresentando coisas tão inovadoras que nós nem imaginávamos que poderíamos precisar! Mas, para ser franca, não foi sobre o futuro que eu vim falar, não foi sobre o teu tempo. Foi sobre o meu tempo. Porquê não se senta? Sim, sim... o que quer que tenha pra fazer, pode esperar, é uma boa história, acredite!
              E então... tu conheces o Passado? Eu digo... além das fotos que pode-se encontrar por aí? Acho que não. O passado é um lugar, como eu posso dizer... interessante! Sim, o passado é um lugar interessantíssimo! E eu o acho tão interessante assim por um motivo: ele passa! Parece meio óbvio, certo? Mas não é! Isso porque a maioria das pessoas desatentas estão sempre correndo e nem se dão conta que as suas vidas estão ficando para trás e que basta um segundo para delimitar o que passou, o que acontece e o que chegará. Daqui de onde eu venho, admito, certas coisas não funcionam muito bem. Muita gente está preocupada demais com o próprio umbigo para perceber que existe uma gama enorme de coisas muito mais importantes; aqui, as pessoas matam e morrem por dinheiro, e nem ligam os pontos para ver que - na maioria dos casos - o dinheiro não trás felicidade; nesse meu tempo, tudo parece poder esperar e ninguém percebe que o tempo é curto demais para que se deixe passar a oportunidade de dizer palavras simples (mas com um poder enorme), essas possam mudar completamente o rumo da vida de alguém...
              Mas não se assuste! Nem tudo é assim tão tenebroso no passado! Aqui, em algum lugar, ainda existem pessoas cheias de sonhos, lotadas de esperanças, repletas de desejos. Pessoas que acreditam que o mundo pode ser um lugar melhor, se elas forem melhores. Pessoas que lutam pelos seus ideais. Pessoas dispostas a colorir a vida, apagar as mágoas e reescrever algumas páginas de suas próprias histórias.
               Certa vez, eu também recebi uma carta de um outro passado, e lá dizia que naquela época as mulheres eram oprimidas, muita gente sofria por sua "cor", as doenças não tinham cura. Lá também dizia que as pessoas, com tudo e apesar de tudo, eram felizes! Elas viviam de forma plena, nas suas vidas pacatas, e não eram tão dependentes de certas coisas que - no meu tempo - as pessoas são.  Então talvez essa carta não seja exatamente sobre o passado, nem sobre o futuro. Talvez essa carta seja sobre mudanças e sobre pessoas e, acima de tudo, sobre o presente - esse tempo intermediário maravilhoso que nos permite tomar decisões importantes. Por isso, antes que eu tenha que te dar uma notícia triste, dizendo que o teu tempo não tem cura... aproveite! Porque agora ele nem deve mais ser futuro, deve ser mesmo o presente. Um presente. Uma chance de curar, uma chance que te foi dada de olhar para trás - para o meu tempo e antes disso, até onde vai a tua visão - e depois olhar para frente e tentar imaginar o que fazer hoje para tornar o amanhã melhor. Afinal... o tal futuro nunca é só teu!
                Bom... está na minha hora... mas eu vou querer saber! Então porque também não me escreve, dizendo como é o teu tempo?... E não se importe muito em definí-lo, é como é: o tempo muda em uma velocidade assustadora, cuidado para não perdê-lo!
 
Um enorme abraço, O viajante do tempo. "
             

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

E Princesas Aprendem...

" Levanta a cabeça, Princesa, senão a coroa cai."
 
 
 
     [...] Sabe, diário... eu estive pensando. Princesas, um dia, acordam desse tal de contos de fada e caem na real de que nem tudo é assim tão mágico. Começam a ver que as coisas tendem muito mais para o cinza do que para o cor-de-rosa. Fadas madrinhas não existem, mas as megeras estão aonde menos se espera. Príncipes encantados nunca vêm, todavia, os plebeus podem sim e irão fazê-las feliz se lhes forem dada a chance de provar suas nobrezas. Princesas aprendem que chorar não resolve, falar pouco talvez seja uma virtude, aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo. Para qualquer escolha se segue alguma consequência, vontades efêmeras não valem a pena, quem faz uma vez, não faz duas necessariamente, mas quem faz dez, com certeza faz onze. Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível. Quem te merece não te faz chorar, quem gosta cuida, o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente, não é preciso perder pra aprender a dar valor, e os amigos ainda se contam nos dedos.
Aos poucos princesas percebem o que vale a pena, o que se deve guardar pro resto da vida, e o que nunca deveria ter entrado nela. Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado, o tempo sempre vai ser o melhor remédio, mas seus resultados nem sempre são imediatos. Princesas se dão conta que, mesmo que alguém um dia lhes tenha previsto o futuro, nada é imutável e todos os meios chegam sim em um fim. E depois de tudo isso, as princesas talvez decidam por virar rainhas e colocar aquelas coroas enormes sobre as cabeças; mas talvez – e muito provavelmente – decidam por vestir a armadura, montar no cavalo e cavalgar campo a fora, resguardando em algum lugar uma tiara real invisível e sútil. Bom, diário, é o que eu acho, e é o que eu começo a perceber.
”  
[...]
 

Na pele de: Arwen DiLionCourt

Em: Hogwarts Team

Da série: Vida de Princesa

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Bolsa para Capturar Cardos

 
 
 
        [...] Vinha correndo da biblioteca e entrou na comunal após desvendar o enigma. Durante todo o percurso foi pensando em como faria para pegar os Cardos. No seu dormitório  abaixou-se ao lado da cama e puxou de lá um caderno de desenhos, onde sempre desenhava suas criaturinhas de engrenagens para depois fazê-las. Sentou-se no chão e ficou encarando a página em branco. “Pensa, Bree, pensa...” , dizia a sí mesma. Então... eis que uma idéia lhe surge. Lembrou-se de quando ia caçar borboletas com os outros garotos em Miami, e talvez algo parecido com uma rede para borboletas cairia bem.    [...]
 

 
Em: Hogwarts Home
Estrelando: Brianna Parker Trevers
Função: Trama. Capturar Cardos Corredores
 

Away

..

O Curioso Mundo de Ty

Se esse mundo fosse só meu, tudo nele era diferente! Nada era o que é porque tudo era o que não é; E também tudo que é, por sua vez, não seria. E o que fosse, seria. Não é?


Já dizia Alice, antes de seguir o Coelho Branco, que desejava um mundo diferente. Movida pela sua curiosidade, foi em busca do desconhecido  e caiu para dentro da toca. A princípio, o País das Maravilhas mostrava-se fantástico, mas Alice acabou por descobrir que o tempo não para e que nem tudo é – especificamente – como imaginamos, por mais que desejamos e muitas vezes vejamos as coisas como queremos; sempre haverá uma Rainha de Copas e um valete nos fazendo perceber que Esse mundo pode ser bastante duro, até mesmo no íntimo dos nossos sonhos. Talvez daremos a sorte de encontrar a Sábia Lagarta, talvez o Gato só faça rir de nós, e talvez o Chapeleiro seja mesmo maluco e nos deixe a cada hora mais confusos. Mas, verdade seja dita: do mesmo modo que seguimos o Coelho para dentro da toca, cabe a nós ouvir o tic-tac e sair dela.
Porém, ouso dizer que “sair da toca” não necessariamente significa parar de sonhar, de fantasiar. Sair da toca significa aprender a usar nossos sonhos e fantasias para gerir o mundo, um mundo particular e único, só nosso, dentro de cada um. Porque esses pequenos mundos são sim o que fazem um mundo muito maior onde todos estamos inseridos.
Por vezes eu me sinto meio Alice, sonho demais, e busco o país das maravilhas muito mais do que me dou conta. Em partes, isso pode ser bem ruim, é verdade. Mas, por outro lado, me faz ser quem eu sou. Todas as minhas histórias e contos, as minhas personagens e criações, as minhas situações do cotidiano. Todas essas pequenas coisas estão intimamente ligadas a minha essência e a tudo aquilo ao que eu posso vir a me tornar um dia. E disso... disso eu não abro mão! É o que é: eu estou aprendendo a moldar o Meu mundo para que eu seja forte o suficiente para viver nesse nosso mundo caótico. E o meu mundo está sempre aberto a sofrer mudanças, a passar por tempestades de areia, quedas de meteoritos e nevascas. O meu mundo está aberto a abrigar quem eu acho que dele deve fazer parte – seja de carne e osso ou não. E, a qualquer um que agora lê, eu espero que entre de pé direito nessa confusão,  nesse emaranhado de montes de coisas que é o MEU mundo. Seja Bem-Vindo ao Curioso Mundo de Ty.

“Entre na toca e aproveite e, quando achar que deve, sinta-se a vontade para seguir o Coelho de volta para fora.”